sábado, 23 de agosto de 2014
Chimera - Mayhem (2004) - RESENHA
Uma vez eu estava por aí na internet e me dei de cara com esse álbum.
Li uma review falando como foi realizado e o que acharam desse álbum.
A review deu notas positivas para o álbum, porém disseram que não era para qualquer tipo de pessoa.
Ouvi o álbum e descobri certas coisas: É repugnante, sujo, odiável e podre ... e eu amei!!!
O Mayhem é uma daquelas bandas controversas pra caralho pelo motivo de eu nunca saber se eles saíram ou não do Underground e alcançaram o Mainstream.
Mesmo sendo uma banda meio desconhecida, o Mayhem já lançou coisas que não seguem e são completamente opostas ás regras do Black Metal Norueguês, e esse álbum é o auge dessa quebra de regras, o Mayhem ainda continua ali, porém mudanças foram feitas.
A primeira mudança que nós encontramos é ... sim... o álbum é BEM GRAVADO!!!!, o que é bastante incomum no mundo do Black Metal, onde a má produção e a má gravação é uma espécie de protesto contra a boa produção do mainstream e coisas assim, mas existem bandas que usam essa desculpa para fazer música de merda - eu sei que existem então não se escondam - o que DEFINITIVAMENTE não é o caso desse álbum.
Mayhem ficou mais ... ''famoso'' com seu vocalista mais ''famoso'', Per Yngvie Ohlin, mais conhecido como seu nome artístico Dead, que foi um dos primeiros a usar toda aquela coisa de se pintar com corpse paint e até mesmo se cortar num palco de Black Metal, e com suas letras, Dead foi um dos caras que mais contribuíram com o Black Metal junto com o Darkthrone e até mesmo os brasileiros do Sarcófago.
Depois desse álbum o Mayhem foi BEM criticado pela boa produção, como se o Mayhem estivesse com a idéia de se vender ao mainstream como fez o Metallica, Slipknot, Kiss, etc.
Minha opinião sobre esse álbum é que pela primeira vez o Mayhem valorizou mais a música em si do que a ideologia por trás do Black Metal e do que o faz viver, Mayhem fez um álbum tão perfeito quanto o De Mysteriis Dom Sathanas - sim, e não me apedrejem por dizer isso - é de longe o melhor álbum com o Maniac nos vocais, tudo no álbum ficou realmente perfeito para o Tr00 Black Metal, criando um puta disco de Black Metal sem nenhuma gravação de bosta, provando que realmente o Mayhem consegue fazer o que quiser realmente no mundo do Black Metal, e que se foda quem não concorda com isso, Motherfucka'.
Considerando que o Mayhem realizou esse disco num estúdio portátil nas montanhas Norueguesas, o Mayhem produziu um álbum bem mixado e realmente muito audível, podendo assimilar tudo o que acontece no álbum inteiro.
O álbum começa com a música Whore, que começa com um acorde bem limpinho e quando você menos espera já começam a bombardear seus ouvidos com muita porrada, riffs velozes pra caralho, uma bateria absurda, os vocais demoníacos de Maniac complementam todo um climax maligno para o começo do álbum.
A letra não é nada de especial, até parece meio death metal(Fãs de Black Metal não me matem), fala sobre uma foda com uma prostituta morta e o desejo de sangue. Uma música rápida até demais, obscura e que lembra muito os riffs do velho Euronymous, com riffs minimalistas e estranhos com notas estranhas soando ao mesmo tempo, porém fazendo um som foda bagarai, assim termina a Whore, do mesmo jeito que começou, com o mesmo acorde soando até o último segundo da faixa.
Em seguida nós temos a Dark Night of the Soul, que define como é boa parte do álbum, logo no primeiro riff você já sente que vai fazer bang pra caralho na faixa, e é exatamente isso que você faz.
Começa com um riff lento, carregado de escuridão e bem monótono, logo após a música dá outra daquelas reviravoltas, riffs melódicos entram e os vocais cantando sobre a base do contrabaixo.
É aquele tipo de música que só o Mayhem consegue fazer bem, com riffs estranhos porém com um som forte. Dedilhados de vez em quando só pra que os fãs se lembrem como o Euronymous fazia um riff.
O baixo está pesado, porém sutil, não está tão notável e estridente como o baixo do 13 do Black Sabbath, e como o baixo do Exodus em Shovel Headed Kill Machine, porém deixa o seu recado.
É impressionante como o som do bumbo da bateria nessa música parece até a porra de um motor de carro, parece ser infinita a capacidade do baterista.
A música tem vários clipes, assim como a One do Metallica, ela começa de um jeito lento e vai aumentando e ficando mais complexa. Cheia de riffs meio que sem ligação nenhuma, mas existe uma certa ligação entre eles.
Rape Humanity With Pride a princípio parece a continuação da música anterior, só que a rapidez da Whore volta segundos depois, com um dos melhores riffs de Black Metal já feitos, onde você realmente sente a maldade correndo pelos seus ouvidos - viajei agora XD
O Mayhem apresenta uma linha bem característica e meio que muito usada no álbum, todas as músicas são formadas pelo mesmo embrião, porém apenas mudam os riffs, e Rape Humanity With Pride não fica de fora, a música fica passando e passeando entre diferentes tempos, Blasphemer destruindo a guitarra com a palhetada alternada e Hellhammer sendo absurdamente rápido na bateria, uma música que mistura Dark Night Of The Soul com Whore.
My Death é de longe a minha música favorita do álbum junto com Chimera, tem todo um clima de morte nos primeiros minutos, sendo uma música fúnebre e lenta, no começo com um riff extremamente simples e logo aos poucos se tornando diferente, essa foi uma das coisas que eu mais amei nesse álbum, o fato de tudo começar de um jeito e ir se transformando em outro.
Por mais que todas as músicas pareçam a mesma coisa, o Mayhem fez um ótimo trabalho em absolutamente todas as músicas, e essa é uma das melhores pelo fato de o principal riff ser tenebroso pra caralho, é realmente um trilha sonora fúnebre pra um filme de terror, o bumbo do Hellhammer como sempre rápido, porém dessa vez dando uma maneirada na rapidez deixando a música ainda mais foda.
Antes da música acabar, um coral fúnebre canta a frase ''Odium humani generis'', que significa ''Ódio da Raça Humana'', uma das partes mais awesome da música, que te faz parar tudo que você está fazendo e admirar essa obra prima obscura.
You Must Fall não segue o mesmo clima de My Death, porém consegue ser uma ótima faixa do seu próprio jeito, fala sobre uma pessoa que finge ser o que não é, fala sobre um tema meio que esquisito, falsidade, fala sobre uma pessoa que finge ser máscula e presencia o fim, onde ela deve cair.
A letra foi composta pelo Blasphemer, assim como todas as outras músicas do álbum, e é incrível a quantidade de coisas estranhas que a mente de Blasphemer consegue criar pra bolar riffs tão malignos e letras tão soturnas, Blasphemer é realmente muito talentoso pra fazer Black Metal.
Slaughter of Dreams segue o som de todo o álbum, sendo mais uma música que parece com todas as outras, cheias de riffs fodas, porém é um pouco diferente, principalmente o começo que lembra muito o começo do Death Metal e o Thrash Metal.
O final fica cada vez mais cheios de riffs até que a guitarra usa bastante palhetada alternada e a música acaba.
O que me deixou meio emputecido foi o fato de haver muito mais instrumental do que letras, claro, eu amo instrumentais, mas tipo, todos esses riffs poderiam ser reaproveitados em outros álbuns, o Mayhem não tem tanto material sólido assim como o Chimera, De Mysteriis Dom Sathanas e Esoteric Warfare, então são muitos riffs desperdiçados desnecessariamente.
Impious Devious Leper God começa com um som pesado, depois limpo, e depois é executado uns riffs no baixo feitos por Necrobutcher, enquanto a bateria não fazia nada de especial, nada de tão complexo como estava fazendo anteriormente.
São aproximadamente sete minutos frenéticos de pura mudança de riffs enquanto Maniac conta nos a história de um rei que conseguiu o poder de dar vida, de ser um deus, de controlar a Terra. É uma música que vale a pena pela letra, e também pelos seus riffs maravilhosos, agradará muito os fãs mais trues de Black Metal.
Estamos na penúltima música e eu até agora não achei uma única coisa negativa nesse álbum, as letras são ótimas, o instrumental é maravilhoso pro Black Metal, então acho que nada pode ficar ruim.
Nada mesmo!
Chimera, que é a minha música favorita do álbum, termina o disco com chave de ouro, começa logo depois do final repentino de Impious Devious Leper Lord, com um riff, que é o melhor de todo o disco, riffs que lembram muito a era Euronymous. A bateria não faz nada de especial porém faz um belo trabalho, porém a música fica mais complexa, mas não perde seu começo como nas outras vezes.
Vale marcar aqui os vocais limpos de Maniac e seu desempenho em interpretar todas as letras, porém principalmente essa, provando que ele pode cantar um material rápido como Whore, e algo lento e até mesmo limpo como essa obra-prima que é a música título, Chimera.
''Chimera'' significa Quimera, que pode se referir á um monstro fantasioso, ou á uma fantasia criada. Acho que a letra questiona a existência do bem e o mal, a origem da humanidade, e até mesmo a existência do Diabo e de Deus como sendo uma grande Chimera, uma grande fantasia, um mestre que manipula suas marionetes, que somos todos nós.
Em geral, Chimera foi um dos melhores trabalhos do Mayhem, e o melhor com o Maniac, as letras de Blasphemer são impressionantes, assim como os riffs.
O contrabaixo continua pesado, mas no ponto certo, Hellhammer continua sendo uma besta nas baquetas. Mas muito além disso tudo, o Mayhem apostou pesado com todas as fichas, podendo perder todos os fãs fervorosos de Black Metal, mas no meu caso eu admirei o álbum, e sim, o álbum é uma obra-prima do Metal.
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