domingo, 24 de agosto de 2014

De Mysteriis Dom Sathanas - Mayhem (1994) - RESENHA



Hail Metal!!!
O Mayhem retorna nesse blog com mais um de seus poucos álbuns full-length, e esse álbum é o primeiro álbum do Mayhem tirando demos e EPs.
De Mysteriis Dom Sathanas do Mayhem faz parte de uma criação de um novo estilo que começou nos anos 90 considerado como Norwegian Black Metal, que é o Black Metal Norueguês, assim como o A Blaze In The Northern Sky e Transylvanian Hunger do Darkthrone, e Burzum do Burzum. Mysteriis foi votado como um dos álbuns de Black Metal mais importantes pra essa vertente, levando o verdadeiro Black Metal e deixando a sua marca na história do Metal Extremo.

Para alguns, inclusive eu, Mysteriis é nada mais que o melhor álbum de Black Metal que já fizeram na história, tem ótimas músicas como Funeral Fog, Life Eternal, e minha favorita, Freezing Moon. O álbum assim como Chimera possui uma atmosfera fria e sombria, é como se você estivesse atravessando uma floresta escura num inverno com neve e coisas assim. A gravação do álbum é péssima, do jeitim que eles queriam, a produtora do álbum foi a Deathlike Silence, criada e fundada pelo Euronymous, guitarrista da banda, e pelo baterista do Mayhem, o Hellhammer. Mysteriis é uma viagem pelo tempo e espaço de volta á uma sociedade pagã do Metal, que odeiem ou amem, é foda pra caralho.

Então o álbum começa com a Funeral Fog, que já começa estuprando os ouvidos com aqueles riffs que é bem característicos do Euronymous, um riff que tem uma palhetada muito rápida, porém tem melodias interessantes.
O riff inicial da música vai se transformando e criando melodias incríveis e como de costume, a música muda o curso para a entrada do vocalista. Atilla Csihar, que está na banda hoje em dia. Não preciso dizer nada sobre a bateria do Hellhammer além de que ele é uma besta e um dos melhores bateristas do Metal Extremo, já o baixo do Count Grishnackn, bem..., é meio difícil de dizer porque é meio inaudível, porque o álbum é mal gravado mesmo.
A letra de Funeral Fog foi escrita por Dead. que escreveu todas as letras do disco (eu acho, minhas fontes não são muito confiáveis XD ), a letra fala sobre a Transilvânia e que como Varg diz, era sua ''inspiração'' a idéia do Conde Drácula e coisas assim com vampiros e castelos na Transilvânia. Essas idéias malucas moldaram uma banda incrível. Um guitarrista que sabia fazer riffs muito tenebrosos e fodas pra caralho, um vocalista (tanto Atilla e tanto Dead), um baixista e baterista fodas como Necrobutcher e o Hellhammer.
A voz de Atilla nem chega a cantar no disco, ela rasteja, sussurra, é uma puta caracterização digna de um álbum true de uma banda do mais puro True Black Metal.

Logo após vem a minha favorita, Freezing Moon, que começa logo com um dos mais reconhecidos e um dos melhores riffs do Black Metal.
O som dos tons da bateria produzindo um certo ecozinho faz com que a música seja um pouco mais sinistra.
A introdução sinistra, os dedilhados na guitarra, a bateria esmagadora, tudo faz com que Freezing Moon seja um clássico do Black Metal e de todo o Metal Extremo, até o Vader já fez um cover dessa música
Logo depois da introdução com um riff feito em dedilhado, que com certeza vai ficar na sua cabeça, assim como o começo de Dunkelheit do Burzum, entra um riff um pouco mais rápido e com uma bateria um pouco mais devagar, fazendo coisas mais ''normais'' digamos assim.
A letra fala sobre a lua congelante que hipnotiza o eu-lírico na música e é só isso mesmo. Em outras palavras. Freezing Moon é um dos pontos mais altos do álbum.
Algo inesperado é que o Mayhem nos abençoa nessa faixa com um solo, logo após o solo, Atilla realmente mostra o potencial de sua voz, gritando e berrando com uma voz potente e poderosa.
Ambas as letras até aqui mencionadas no álbum são maravilhosas, mas a de Freezing Moon merece ser postada aqui porque é sensacional.

''Tudo aqui é tão frio
Tudo aqui é tão escuro
Eu me lembro como um sonho
Na esquina desse tempo

Formas diabólicas flutuam
Fora das trevas
E eu me lembro que foi aqui que eu faleci
Por ter seguido a Lua Congelante


É noite novamente, noite, linda noite
Eu satisfaço minha fome com humanos viventes

Noite de fome, siga o chamado
Siga a Lua Congelante


Escuridão crescente, a eternidade se abre
As luzes do cemitério se acendem novamente
Como nos antigos tempos
Almas caídas morrem por meus passos
Por terem seguido a Lua Congelante''


Letra incrível.


Cursed In Eternity segue a Freezing Moon, com um riff bem cheio e com uma bateria que lembra muito o Thrash Metal Extremo.
O riff muda para um riff muito mais simples, na verdade são as mesmas notas se repetindo até o fim do tempo da música, assim como Paranoid do Black Sabbath, porém muito mais rápido.
Então chega Atilla grunhindo e recitando macabramente a letra da canção, que fala basicamente sobre ser amaldiçoado ao inferno.
Depois temos mais uma sequência de riffs rápidos enquanto Atilla grunhe e grita e berra a porra da letra.
Uma excelente faixa de um excelente estilo musical, porém não a melhor do álbum devo confessar.


Pagan Fears começa com uma pegada mais Heavy Metal Clássico, por incrível que pareça, depois ela se transforma numa música mais profunda e lenta, porém depois disso volta para a pegada original. Por mais que eu odeio admitir, essa é a música mais mainstream do álbum, porque tem como base um riff bem audível e até mesmo viciável.
Claro que com o decorrer da música o ritmo dela e os riffs mudam, porém não é nada de especial. Não que seja uma faixa ruim, a letra não me causa nenhum tipo de sentimento, seja medo ou qualquer sentimento mesmo, e pra mim é como mais uma faixa de Black Metal.
A letra é um pouco chata, fala sobre os medos pagãos voltarem a vida, e as memórias dos pagãos e seus pecados que nunca serão esquecidos, e blá blá blá.

Life Eternal tem um riff de intro bem foda e com um nível de ''dificuldade'' sonora um pouco mais baixo. É um dos clássicos da banda e principalmente pelo fato de Dead ter cantado-a, e também por, curiosamente, ser uma música que se encaixa perfeitamente no mainstream.
Mais uma vez Atilla se encontra grunhindo enquanto a bateria faz algo bem parecido com a Perry Mason do Ozzy Osbourne - só uma observação.
Logo após a intro, chega um riff meio dedilhado eu suponho, com notas mais abertas e mais claras.
Essa música miraculosamente também tem um solo, e um solo bem foda( mais uma prova do porque ela é uma das mais famosas do Mayhem), enfim, um clássico assim como Freezing Moon e Funeral Fog.

From The Dark Past parece ser uma espécie de continuação de Life Eternal, porém segundos depois ela muda para uma rapidez mais extrema como no... Metal Extremo, claro.
Eu não consigo dizer se o Atilla é um bom vocalista, porque nesse álbum a voz dele é como a Morte Rastejante( Creeping Death ) ela rasteja pela música, o que parece muito badass de primeira, mas técnicamente, não consigo dizer se ele é um bom vocalista como Dead ou até mesmo Maniac.

Buried By Time And Dust já começa com um riff que se estenderá pela música toda, e logo vem a bateria sendo esmurrada pelo HellHammer. Atilla pela primeira vez canta de um jeito que todo mundo espera de um vocalista de Black Metal, grunhindo e berrando com o gutural.
A letra tem um significado que ao meu ver parece simplesmente ser sobre a velhice do ser humano, que é enterrado pelo tempo e pela poeira, em conclusão, é sim uma ótima faixa.

Nossa jornada nas trevas termina aqui com a música título, De Mysteriis Dom Sathanas fecha o disco como se fecha a tampa de um caixão, é a faixa mais pesada de todo o álbum, onde claramente você pode ouvir o que Atilla canta.
A música tem um diferencial - a letra - fala sobre realmente a realização de um ritual satânico onde o ''Misterioso Senhor Satanás'' aparece e blá blá blá.
Musicalmente ela continua tendo seu diferencial no resto do álbum, é uma das poucas faixas onde os riffs são limpos e bem claros e o vocalista realmente fala com dicção as letras e não fica apenas grunhindo como um porco.
''De Mysteriis Dom Sathanas'' pode significar duas coisas, O Ritual Secreto do Sr. Satanás ou apenas O Misterioso Sr. Satanás, que eu acho que é a segunda opção, porém a letra fala como se fosse a primeira opção, whatever!

Para encerrar, De Mysteriis Dom Sathanas é um dos melhores e mais influentes álbuns de Black Metal, e ao longo dos anos, as letras não parecem mais bobinhas como a Black Sabbath do Sabbath, ainda continuam bem fortes e bem malignas.
Para o fã iniciante do Metal Extremo, esse álbum e´importantíssimo e não tem como fugir dele, é mal gravado, sujo, e por isso é bom para ouvir hehehehehe.





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